Eu,
Antonio Ferreira Marques Neto, venho por meio deste fazer à Direção da E.E.
Bueno Brandão, Uberlândia, MG, as seguintes sugestões, solicitações e desafios
para que possamos, todos juntos, melhorar a qualidade da nossa educação:
COLEGIADO
ESCOLAR: Sugiro
reuniões periódicas, com calendário, pauta e ata divulgados, sendo os dois primeiros com antecedência. Nos
quase 17 meses de gestão quantas vezes o Colegiado se reuniu?
COMUNICAÇÃO E DEMOCRACIA: Sugiro informatizar a realidade do Bueno por meio de um blog/site, whats, enquetes,
gráficos, planilhas e legislações de modo a evitar o retrabalho, desencontro de
informações e superarmos “o disse não disse” por meio de uma
interação aberta e respeitoso sobre tudo que nos diz respeito. As considerações
que tiverem que ser feitas sobre trabalhos individuais, devem ser enviadas
somente para a pessoa a quem diz respeito.
COMUNIDADE ESCOLAR: Sugiro a escola aproximar e estabelecer parcerias diversas
com a comunidade escolar e externa, com maior frequência, por meio do incentivo
à formação de uma Associação de Pais e Mestres (APM).
CONSELHO
DE CLASSE: Sugiro elaborar uma planilha com a finalidade de
diagnóstico para futuras ações de intervenção que visem melhorar o desenvolvimento
educacional dos alunos. Essa planilha seria um instrumental importante para o
conselho de classe, uma vez que o objetivo do mesmo é o de verificar a situação
de alunos, especialmente daqueles faltosos, indisciplinados, apáticos e/ou com
dificuldade de aprendizagem. Tendo este diagnóstico, juntos poderíamos propor
meios para resolver os problemas. Qual o tipo de procedimento necessário diante
de cada uma das situações? Ligar para a família, solicitar ou encaminhar para
exame de vista, solicitar ou encaminhar para exame que ateste capacidades
cognitivas, ou solicitar ou encaminhar para exame que ateste nutrição
suficiente....? Isto possibilitará uma avaliação precisa e focada. Se o
procedimento se inicia no primeiro bimestre, os dados ficam disponíveis para
serem acompanhados durante todo o ano, de tal modo que no Segundo, Terceiro e
Quarto Conselho de Classe se discute o histórico do problema, desde a primeira
iniciativa até o momento presente.
DESEMPENHO
ESCOLAR E RESULTADOS DA ESCOLA: Sugiro que possibilitem a
verdadeira análise e compreensão do Desempenho Escolar por meio dos principais
Indicadores Educacionais, que temos e que podemos pesquisar: Taxa de Matrícula,
Taxa de evasão, Taxa de conclusão, Taxa de repetência, Taxa de ingresso no
ensino superior (público e privado),....Avaliação externa e interna e o Ideb,
Índice da Educação Básica, que avalia a qualidade do ensino nas escolas
públicas e é calculado com base em notas de provas de aluno. O Ideb do Bueno
Brandão em 2013 foi de 5,2.
EDUCAÇÃO ESPECIAL: A reflexão séria sobre o problema do aluno
pode e deve acontecer sim, mas o PDI é uma burocracia desnecessária. Se o aluno
não faz nada, se o aluno é ausente, se aluno não tem condições de passar,
porque eu preciso do PDI para provar isto? Porque o diário não é suficiente? Se
a principal função do PDI é ter respaldo na hora de reprovar o aluno então o
aluno que não for reprovado não precisará de PDI? É preciso orientações
simples, curtas e precisas sobre o que fazer com cada um dos alunos especiais. Solicitamos:
1. materiais didático específicos, de todas as matérias, para cada tipo ou
conjunção de deficiências; 2. adicional de salário para o professor para cada
aluno especial que tiver; 3. Formação para trabalharmos com alunos especial, ou
no horário de aula ou/e remunerada.
EDUCAÇÃO
PARA A VIDA: A única formação justificável é a integral, entre
os diversos aspectos de uma formação integral está o profissional. Há críticas
ao currículo, sobretudo que o conteúdo é excessivo e pouco interessante. São
três anos, com 200 dias letivos cada um e quatro horas na sala de aula por dia.
E em média 11 matérias obrigatórias no currículo, contando uma língua
estrangeira e colocando português e literatura como matéria única. Temos
capacidade de aprendermos isto e muito mais do que aprendemos no Ensino Médio,
mas muita coisa do que é ensinado não é prioritário ou é mesmo inútil tendo em
vista nossa vida real. Precisamos de uma escola voltada coletiva e
planejadamente para a vida, para isto precisamos pensar o currículo, com ampla
participação da comunidade escolar, para aprimorar conteúdos que sejam
significativos e atrativos para a aprendizagem do educando, avaliando o papel
da escola/educação na vida dos nossos alunos. Há muitos aspectos positivos na
educação e que devem continuar sendo aprimorados, mas há também aspectos
negativos. A escola quando pauta em sala de aula muitos tópicos, problemas e
temas....que talvez nunca seriam a prioridade daquelas pessoas, que enfrentam
problemas reais na vida cotidiana, está cumprindo um papel de “desvio do que
realmente importa”, portanto um papel alienante. Se cada um de nós fôssemos por
conta própria, estudantes, pesquisadores e extensionistas na disciplina chamada
“vida própria & vida em sociedade” o quanto a escola poderia nos auxiliar? Neste
sentido é importante abordar em sala de aula, de modo transversal e integrado,
e por meio de palestras, temas atuais e relevantes relativos: ao machismo, ao
racismo, à homofobia, ao aborto, às drogas e dependência química, à saúde,
sexualidade e gênero, vida familiar e social, direitos das crianças e
adolescentes, direitos dos idosos, educação ambiental, educação em direitos
humanos, diversidade religiosa, educação para o consumo, educação fiscal, alunos
com deficiências, educação para o trânsito, mundo do trabalho, ciência e
tecnologia, diversidade cultural, higiene bucal e educação alimentar e
nutricional.
GREVE: Sugiro a construção de uma cultura democrática. O direito de greve é individual e a decisão de greve é da categoria, tirada em assembleia em BH, e não da escola, mas o diretor, que se propõe democrático, pode, por turno, consultar, acatar e encaminhar a decisão da maioria simples no que diz respeito a ter ou não aula no dia. Se não for aprovada a greve, não vai quem quiser, por estar assegurado pelo sindicato, mas se for aprovada, o diretor mantém a escola aberta para os professores que não querem entrar de greve assinarem o ponto, porém os alunos são dispensados. Como as aulas não serão ministradas, a reposição será necessária, contudo num calendário unificado. Greve é direito de trabalhador e não de aluno, mas se a decisão é tomada coletiva não corremos o risco de termos alunos prejudicados por terem apoiado a luta dos professores.
INFRAESTRUTURA e ACESSIBILIDADE: A população
brasileira tem direito a uma Escola de qualidade de verdade com infraestrutura
adequada como se tem em qualquer escola privada: com cadeiras acolchoadas, ar condicionado, telão,
retroprojetores, data-shows, quadro branco e espaço para todos. O prédio do Bueno tem
mais de 100 anos de fundação, teve sua obra iniciada em 1911 e concluída em
1914 então tem mesmo reparos necessários, sobretudo no teto, por causa das
goteiras. No mais é preciso pensar em três questões: 1. DESCONFORTO ACÚSTICO
INSALUBRE: pensar maneiras de diminuir o desconforto acústico da escola, dialogando
com a Secretaria de Trânsito e Transporte, visando diminuir a velocidade da via
por meio de travessia elevada/redutor de velocidade e dialogar também com a
administração da praça, diminuindo o volume da música da fonte e 2.DISTRAÇÃO
VISUAL: Sala de aula do lado da quadra: viabilizar um anteparo entre as salas
de aula e a quadra de esportes de modo a evitar a desatenção em sala de aula. 3.
ACESSIBILIDADE: cobrar da Secretaria de Educação Estadual a implementação da
Lei de Acessibilidade, viabilizando elevador, rampas, piso tátil e sinalização
sonora na estrutura física da escola. A lei nº 10.098, que estabelece normas
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida é de 19 de Dezembro de 2000.
Qual é o prazo para aplicá-la no Bueno? Transferir uma sala de aula para o
primeiro piso resolve a situação de alunos de uma sala, mas não de outras e não
cumpre a lei.
ISONOMIA: o bom
senso e a flexibilidade aplicada à alguns deve valer para todos em condições
semelhantes.
LANCHE
E FILA DO LANCHE: É preciso garantir que a fila do lanche seja
respeitada por meio de sinalização e atividades conscientizadoras que evite que
a mesma seja burlada, que os pratos não sejam devolvidos e que a comida não
seja jogada no chão.
LEITURA:
Sugiro desenvolvermos o gosto pela leitura, não abandonando o Projeto de
Leitura na Escola e criar uma planilha virtual com todos os títulos disponíveis
na Biblioteca e criar uma lista de livros à comprar, sugeridos por alunos,
professores e trabalhadores em geral.
PARTICIPAÇÃO
ESTUDANTIL: sugiro estimular a criação, a manutenção e o
aprimoramento do Grêmio Estudantil na Escola.
RECREIO: sugiro
possibilitar um recreio mais divertido, tentando implementar a Rádio Escolar,
com gestão feita pelos alunos.
RECURSOS
DIDÁTICOS: sugiro viabilizar recursos didáticos suficientes como
por exemplo Data Shows.
SALÁRIO: O
salário do professor não é justo. Professores públicos estaduais ganham menos
do que merecem e precisam. Mesmo que o Governador de Minas, Fernando Pimentel
cumpra com o Acordo feito com nossa categoria ainda continuamos com um salário
menor que o mínimo proposto pelo Dieese (http://www.dieese.org.br/analisecestabasica/salarioMinimo.html)
O professor mineiro, da educação pública estadual, em 2010, ganhava menos do
que a média nacional. Estávamos em 17ª posição no Brasil.
TRANSPARÊNCIA DO CAIXA ESCOLAR: Pilhas de informações incompreensíveis em pouco tempo servem
para auditores. O cidadão quer informação simples. Dados governamentais devem ser
"razoavelmente estruturados". http://dados.gov.br/dados-abertos/. Qualquer cidadão consciente de seus
direitos sabe que a melhor maneira de compreender uma prestação de contas é por
meio de um gráfico. É o gráfico, com legendas, que possibilita a "qualquer
um", não contabilista, ter uma noção geral da informação. Sugiro a
divulgação periódica da totalidade da contabilidade da escola, com
entrada e saída, em forma de gráficos. Isto é fundamental para opinarmos de
modo qualificado sobre o uso do orçamento da Escola.
VERBAS:
sugiro
fazermos oficinas para elaboração e execução de Projetos coletivos visando pleitear
verbas Federais (MEC), Estaduais (SEE) e mesmo municipais.
VIOLÊNCIA, INDISCIPLINA e AUTORITARISMO: É errado qualquer forma de
violência e o autoritarismo é uma delas. Mas o autoritarismo não pode ser
combatido com mais autoritarismo, daí a necessidade de desenvolvermos uma
cultura de paz, de amor, de compreensão, de diálogo....é importante construirmos uma cultura de paz e repúdio a
toda forma de violência, seja ela física, moral, verbal ou psíquica, vinda de alunos ou
funcionários, professores, diretores ou demais servidores. O objetivo deve ser o de tratar o problema da violência e indisciplina
ainda no âmbito da escola, se possível aplicando procedimentos de mediação de
conflitos de forma a evitar qualquer tipo de dano, físico ou não, de imediato ou posteriormente. Concomitantemente deve se busca a participação dos pais e a
ajuda de ações de órgãos e profissionais especializados.